Um inverno generoso no peito de rio
que deságua e transfigura o destino incerto
onde o sonho não seja tão frio.
No insistente e fiel sino do tempo
que canta sua voz de aço e cristal
Distante de mim, de voo, permaneço...
com os ouvidos sangrando e olhos de sal
Permita-me que continue ao norte
e encontre mudas montanhas
e não me lembre mais de mim
e o silêncio seja minhas entranhas.
Assim, passará a estação em finos momentos
entre frestas de olvido e distração
e serei finalmente feliz
sem asas, e sem coração.