Acaricio a era em que vivo
deslizando na seda os meus dedos encarnados.
Sussurrando palavras deste tempo
que vieram de tão longe
e ainda continuarão por tanto.
Até que espetáculos se formem
da vaga garganta cansada, efêmera, fresca,
Para comporem novos idiomas e bocas,
e civilizações.
E voarão pela voz de lábios ainda quentes:
Apenas o que fica ainda são, neles,
os teus lábios.