Para a amiga Bia Sassi
Com troncos de cores tantas dissolvidas, que caçavam nossos olhos
na poda e no gosto, com as alfaces, cebolinhas e couves mirando-nos
tão verdes, que se entrelaçavam com o cintilar dos repolhos.
E pombos tão felizes, e alvos coelhos nos seus refúgios de grade
Com orelhas e barrigas da fertilidade se alimentando nas claras horas
As goiabas com suas minhocas nos davam a dúvida mais importante
que o dia oferecia em meio às montanhas, em meio às floras.
Pela manhã, dissolvidas pelo ar, as neblinas com seus mistérios
e sua brisa que vinha da noite com a promessa do dia novo
feito impérios recaindo sobre os montes e regendo brancas leis
Regras de vento e passagem, perfumes, vozes e povo.
Vacas distantes que nos davam o nácar da alvorada
e a caneca de alumínio que fervia o leite até saltar por ora
Vindo da estreita estrada de terra nutrida de conheceres
e a falta de querer saber sobre qualquer outra coisa vinda de fora.