segunda-feira, 30 de março de 2020

Suspiro

Tenho uma afinidade com lâmpadas amarelas e brancas
De tantos temperos agridoces, me deixam a palavra no ponto em conserva
Meu poema grita estar pronto. E reserva:
o suspiro, os vagalumes e as almas francas.

Piscam. Não sei onde andam quando no escuro
ou se voam velozes pra um breve futuro
Almas ou vagalumes: me encontram de passagem e zêlo.
Sou falha, e metáfora, sou apêlo.

Ah, asas e plumas dos pensamentos!
De ti já contive brasas, de ti encontrei meus ventos!
Talvez essa seja a emancipação da minha humanidade:

Pensar, e não menos que isso, mais pensar
e o coração passa leve na noite azul do luar
Uma morte sem dor mas claridade!






Aviso

Ontem vi a chuva se aproximar
O céu insistente, a nuvem alada e turva:
Como quem ainda frio da morte sólida...E tão amigável!...
Avisava que meus olhos iriam inundar
como qualquer palavra que cai numa folha em branco.
Mesmo assim não me dei conta da onda emergente,
Nem de minha sombra afogada.
Nada mais justo e isento que acompanhar o fluxo das águas.
Esta é minha epopéia significativa:
Existir e morrer tão efêmero quanto uma gota d'agua.
Afogar-me e reviver na rapidez dessa mágoa.

Retrato

Nada é pronto. O fruto antes precisa ser flor e antes semente. A música são antes apenas notas singulares. O que me chama ainda atenção são ...