"O que você diria pra uma versão sua do futuro que acaba de morrer?"
Como o cantar, de seda, de janela aberta
junto à libélula isenta e serena,
que se desprende do chão e a si mesma liberta.
Pela clareza que se faz o último dia
e que nele, por abarcar todas as perguntas,
tragas seu canto às cigarras que sempre souberam
e de nota em nota, tornavam as horas disjuntas.
Ao que dure o passo invisível da morte
palpitam as águas e flores ciprestes
Dizer-te as memórias que te vão escorrendo.
Capaz de não mais as carregar consigo à sorte
De dias que foram mais do que pão e vestes
Então leva apenas o ritmo que me vai morrendo.