Ei de perguntar eternamente
Que é do homem de vento,
Que não permanece, nem se vai
e não tem riso nem lamento?
Ele que se veste de enigma
E que pelo tom do outro se entende
Corre em caminhos invisíveis
e das miragens se desprende.
De todas as vozes ouvidas
se trança o interstício perfeito
Pra não dizer o que pediam,
não responder o que foi feito.
E do silêncio saber da sorte
Que traz o olhar profundo
Quem nada queria, e não dizia nada
Mas teve todas as respostas do mundo.
(Ei de perguntar eternamente
Que é do homem de vento?)