segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Interstício

Ei de perguntar eternamente
Que é do homem de vento,
Que não permanece, nem se vai
e não tem riso nem lamento?

Ele que se veste de enigma
E que pelo tom do outro se entende
Corre em caminhos invisíveis
e das miragens se desprende.

De todas as vozes ouvidas
se trança o interstício perfeito
Pra não dizer o que pediam,
não responder o que foi feito.

E do silêncio saber da sorte
Que traz o olhar profundo
Quem nada queria, e não dizia nada
Mas teve todas as respostas do mundo.

(Ei de perguntar eternamente
Que é do homem de vento?)

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