segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Pentatônica

Partem colunas de um concreto de tempo.

Amanhecem peixes geométricos

que saltam todos os muros.

Pessoas são multidões

que suspiram sobre as águas,

sob as águas, entre a película.

Trens e plumas de linhas e furos.


Pessoas são multidões,

que atravessam diferentes,

fugitivas e também pertencentes...

donas dos seus campos nascentes.

Colombianos, marroquinos, asiáticos,

africanos, portugueses e terrestres...

Passam por mim e contam 

histórias que tantas não reconheço ou tenho afinidade.


Deixam suspensos pássaros

como desenhos rupestres.


Pessoas e suas multidões,

voam sutis e estrondosas.

Reconheço os olhos

que sussurram suas canções de terra e ar.

As multidões passam aqui todos os dias.

Com pilares, criaturas, quilates sutis.


E cada quilômetro, 

intervalos de cantar.


(Dezembro de 2024)

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