Partem colunas de um concreto de tempo.
Amanhecem peixes geométricos
que saltam todos os muros.
Pessoas são multidões
que suspiram sobre as águas,
sob as águas, entre a película.
Trens e plumas de linhas e furos.
Pessoas são multidões,
que atravessam diferentes,
fugitivas e também pertencentes...
donas dos seus campos nascentes.
Colombianos, marroquinos, asiáticos,
africanos, portugueses e terrestres...
Passam por mim e contam
histórias que tantas não reconheço ou tenho afinidade.
Deixam suspensos pássaros
como desenhos rupestres.
Pessoas e suas multidões,
voam sutis e estrondosas.
Reconheço os olhos
que sussurram suas canções de terra e ar.
As multidões passam aqui todos os dias.
Com pilares, criaturas, quilates sutis.
E cada quilômetro,
intervalos de cantar.
(Dezembro de 2024)