quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Agente

Já fui movido pelo caos que culmina

na quietude explosiva...

E busquei esta, para que fosse

como compridos campos esticados,

majestosos etéreos.


Até que aqui ainda não sei

se fui enganado por um

ou por outro.


Sigo como um vulcão suspenso

dobrado, em tecidos

ao vento.


[Janeiro, 23, 2025]



segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

It no longer exists

I once lived in a castle,
so far away.
The walls were full of leaves...
The ceiling with tones of gray.

The weather used to drop melodies,
Between silence and handfuls of fruity smells,
Telling me stories of poverty and fancies...
Of how songs could let die or save,
Through bells, shells or spells.

The feather was my enemy,
A rare condition of weight or weightlessness,
Where I should live with the pain of distance,
But the sign of a flying brightness.

So my lungs once breathed colors,
And my eyes had no fear of closing,
Because my ears had no eyelids...

The songs I played with a naked soul...
were my clothing!

(Novembro 2024)

Papiro

Escritos são como veios

nos versos das laudas...


Que som tem o sangue,

que pulsa o livro vivo?


(Outubro de 2024)




Lágrima

Tenho o dilema constante de mergulhos:

Molho-me nas águas de dentro

ou de fora?

Minha certeza é o encontro,

Mas em substâncias diferentes...

Olhos, muros e secas.

Conexões são peixes de concreto

saltitantes.


(Dezembro/2024)

A pura lágrima infinda, ainda

Leio livros,

e ouço músicas...

Como quem troca suas histórias,

pelas contadas nas fantasias...


A recompensa?

A pura lágrima infinda.


A pura lágrima infinda,

que rompe companhias abstratas

De estrelas frescas e de flor linda:

Esperando para sempre a sua vinda.


(A pura lágrima infinda,

ainda.)


(Janeiro de 2025)

Pentatônica

Partem colunas de um concreto de tempo.

Amanhecem peixes geométricos

que saltam todos os muros.

Pessoas são multidões

que suspiram sobre as águas,

sob as águas, entre a película.

Trens e plumas de linhas e furos.


Pessoas são multidões,

que atravessam diferentes,

fugitivas e também pertencentes...

donas dos seus campos nascentes.

Colombianos, marroquinos, asiáticos,

africanos, portugueses e terrestres...

Passam por mim e contam 

histórias que tantas não reconheço ou tenho afinidade.


Deixam suspensos pássaros

como desenhos rupestres.


Pessoas e suas multidões,

voam sutis e estrondosas.

Reconheço os olhos

que sussurram suas canções de terra e ar.

As multidões passam aqui todos os dias.

Com pilares, criaturas, quilates sutis.


E cada quilômetro, 

intervalos de cantar.


(Dezembro de 2024)

Prelúdio

(19 de Outubro de 2024)


Se a luz tivesse som...

Ela seria meio folha.




Agente

Já fui movido pelo caos que culmina na quietude explosiva... E busquei esta, para que fosse como compridos campos esticados, majestosos etér...