sábado, 30 de setembro de 2017

Soneto do Adeus

Como quem morreu e deixou em pranto
a mão abanando um adeus ao vento
tornei-me frio e seco ao alento
e nunca mais obtive espanto

E nunca mais eu amei-te tanto
foi-se assim embora minh'alma
pois de número já não se sabe quanto
queria eu que comigo estivesse na calma.

O meu dia esvai-se como água
entre os dedos que toquei-te um dia a face
mas que hoje é a tenra plácida mágoa

E a noite que gargalha ao fundo
minha desgraça de ter-te perdido
e encontrado o fim do meu mundo.


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