Quanto mais hei de esperar?
A esperança quando demorada
se torna uma perda a passar
lenta, no peito fincada.
Voz longínqua suspensa no espaço
grito mudo do aspirante astronauta
que girando o mundo todo num laço
traz na sua melodia contorno de flauta.
Meus parapeitos e aéreas escadas
No meio deste habitável nenhum lugar
levam o suspiro do presente e fadas
e querubins que flecham e pairam no ar.
Mas sei que tenho mais apreço
pelo eterno sempre que sou distante.
Com minha canção triste desapareço:
não sou ódio, não sou amante.
E então, a explosão quieta!
Num conto de histórias sem fim:
De todos, passo meus dias aguardando
o que todos aguardam de mim.
quarta-feira, 21 de agosto de 2019
sábado, 10 de agosto de 2019
Elementar
Qual a forma do vazio?
Qual a forma? -perguntei com sede.
Bebi da água do rio do sonho;
A forma da margem toma -vede.
Meu peito é frasco translúcido
brindo o vento e engulo a curva alada
e gira o enfado sonho no estômago ácido
e fala de amor mas não fala de nada.
Com meus pés de silêncio calado
Me enraízo na terra de pensamento alado
-Quem sabe da esperança? -penso
Quem comigo luta, quem está ao meu lado?
Tão longe e secreto nácar
Queima nas estrelas fogo de prata
Que me pergunto de partida dessa terra
-Quem me nutre de bem? Quem de morte me mata?
Qual a forma? -perguntei com sede.
Bebi da água do rio do sonho;
A forma da margem toma -vede.
Meu peito é frasco translúcido
brindo o vento e engulo a curva alada
e gira o enfado sonho no estômago ácido
e fala de amor mas não fala de nada.
Com meus pés de silêncio calado
Me enraízo na terra de pensamento alado
-Quem sabe da esperança? -penso
Quem comigo luta, quem está ao meu lado?
Tão longe e secreto nácar
Queima nas estrelas fogo de prata
Que me pergunto de partida dessa terra
-Quem me nutre de bem? Quem de morte me mata?
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