Quanto mais hei de esperar?
A esperança quando demorada
se torna uma perda a passar
lenta, no peito fincada.
Voz longínqua suspensa no espaço
grito mudo do aspirante astronauta
que girando o mundo todo num laço
traz na sua melodia contorno de flauta.
Meus parapeitos e aéreas escadas
No meio deste habitável nenhum lugar
levam o suspiro do presente e fadas
e querubins que flecham e pairam no ar.
Mas sei que tenho mais apreço
pelo eterno sempre que sou distante.
Com minha canção triste desapareço:
não sou ódio, não sou amante.
E então, a explosão quieta!
Num conto de histórias sem fim:
De todos, passo meus dias aguardando
o que todos aguardam de mim.
quarta-feira, 21 de agosto de 2019
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Agente
Já fui movido pelo caos que culmina na quietude explosiva... E busquei esta, para que fosse como compridos campos esticados, majestosos etér...
-
Partem colunas de um concreto de tempo. Amanhecem peixes geométricos que saltam todos os muros. Pessoas são multidões que suspiram sobre as ...
-
Neste poema as palavras não existem. Elas são como um mapa de areia. Temporalmente acontecem no seu espaço limitado para situar e acomodar o...
-
Invento um vento em mim de imóvel ar será esse o lar que construo enfim?
Nenhum comentário:
Postar um comentário