quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Transeunte

As mesmas ruas moram os cidadãos estáticos
e seus cigarros envoltos nos dedos enrugados
que pulam para longe quando estão no seu fim
e que crepitam vermelhas rotinas 
com qualquer ínfimo sopro ocorrente.

A cada dia vejo novas plantas florescerem em novas cores
As pombas comem seus banquetes de sementes locais
As calçadas se quebram e as mesmas são reconstruídas
de maneira célebre diante de tudo.

Há tanto progresso nessas ruas! 
As mesmas ruas!
Me pergunto onde estará o progresso da minha vida
que parece sempre a mesma.
Ora, sim, o meu progresso é este:
Eu sou o que está sempre passando!

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